quinta-feira, 19 de maio de 2011

Enem 2009 por escola: ao comparar notas, analise instituições com perfil semelhante

Na época da divulgação da nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) por escola, há sempre um burburinho em torno dos rankings. As melhores colocadas costumam ser procuradas em busca de boas práticas educacionais. Os holofotes também se voltam para os lanterninhas das listas -- e começa uma caça aos problemas e às estratégias que devem ser evitadas.

Segundo o presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Joaquim José Soares Neto, a ideia é jogar mesmo a atenção sobre a questão da qualidade na educação. "[A informação] Dá racionalidade ao problema à medida que [a população] vai tendo avaliação e informação", disse Soares Neto. "A mudança se dá na escola por mais que a política geral seja importante."

Avaliar as escolas exclusivamente pelo ranking, no entanto, pode ser uma análise superficial na análise do professor Soares Neto. "O rankeamento pode trazer um enviesamento de competição".


O UOL Educação preparou uma busca da nota do Enem 2009 por escola; confira
Como "analisar" a nota do Enem 2009 por escola
Um parâmetro que pode ser usado para saber a situação da escola é a nota média do desempenho individual dos alunos em 2009 -- 500. Essa é a nota da média dos estudantes de terceiro ano que fizeram o Enem 2009. Se a escola está com a nota muito abaixo pode ser sinal de problemas.

Outro fator que deve ser considerado é o número de participantes (sempre informado pelo Inep). Não se entusiasme, por exemplo, se uma escola obteve uma nota excelente com 5% de participação de seus alunos. "O exame é voluntário, portanto o estudante tem algum tipo de motivação [para participar]", explica Soares Neto. Essas motivações -- usar a avaliação para ingressar no ensino superior ou para concorrer a uma bolsa de estudos do Prouni -- podem atrair os alunos mais interessados e mais aplicados daquela escola.

Uma medida que pode evitar o mau uso das informações é comparar escolas ou instituições com perfis semelhantes. Se você quer saber o quão boa (ou ruim) é a escola particular do seu filho, por exemplo, compare a nota dela com a de uma outra instituição privada do seu bairro. Tente observar semelhanças no perfil administrativo (a escola é particular, estadual, federal ou municipal?). Observe também o tipo de público que ela atende (em sua maioria, os alunos vêm de famílias com mesmo nível sócioeconônico?).

A partir do próximo Enem, será possível fazer uma análise do desenvolvimento da escola no decorrer dos anos. Isso se deve à adoção da TRI (Teoria de Resposta ao Item), uma metodologia de avaliação que leva em conta não apenas o número de acertos do estudante mas também o nível de dificuldade das questões corretas e a coerência no conjunto das respostas.

"A comparação é uma coisa boa", diz Soares. "A partir dela, a família pode começar a questionar as práticas da escola. E, ao trazer a discussão, vai no caminho de resolver o problema."

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Concursos podem ter reserva de vagas para deficiente, negro e índio

Concursos podem ter reserva de vagas para deficiente, negro e índio
SEG, 16 DE MAIO DE 2011 11:35 DO G1, EM SÃO PAULO
Colunista do G1 explica o que é obrigação legal. Mande suas dúvidas sobre concursos para Lia Salgado

Lei criou cota mínima de 5% para deficientes nas vagas de concursos (Foto: Arquivo/TV Globo)
Algumas regras de concursos públicos podem variar conforme a unidade da federação –União, estado ou município- desde que estejam amparadas em lei, e de acordo com os ditames constitucionais e normas gerais estabelecidas pela União, quando for o caso. Assim, a reserva de vagas para deficientes pode ter percentuais diferentes, e cotas para negros ou indígenas podem constar em editais de algumas partes do país e não em outros.

Deficientes
A lei 8112, que rege o servidor público civil federal, determina que sejam reservadas até 20% das vagas oferecidas em concurso público para deficientes, desde que as atribuições do cargo sejam compatíveis com a deficiência. Mas foi o decreto 3298/99 que definiu o percentual mínimo de 5%, ao regulamentar a lei 7853/89, que é matéria de obrigação nacional, ou seja, deve ser aplicado em todo o país. Caso o resultado seja um número fracionário, o número de vagas reservadas deverá ser arredondado para cima.

Com o passar do tempo, as normas de proteção ao portador de necessidades especiais vão se consolidando. O decreto 6944/09, que estabelece normas gerais relativas a concurso público, repete a exigência estabelecida no decreto 3298/99, no sentido de constar do edital o número de cargos ou empregos reservados às pessoas com deficiência e os critérios para sua admissão.

Tudo isso está em consonância com valores básicos de igualdade de tratamento e oportunidade, da justiça social, do respeito à dignidade da pessoa, do bem-estar, e outros, indicados na Constituição. É o caso em que é preciso apoio e proteção aos menos favorecidos, para que todos possam efetivamente ser iguais perante a lei, conforme diz o artigo 5º.

Vale ressaltar que nada disso se aplica a cargo ou emprego público que exija aptidão plena do candidato, como no caso de concurso para agente da polícia.

Concurso do Instituto Rio Branco prevê 30 vagas na segunda fase para negros (Foto: Divulgação)
Negros
Direção semelhante adotou o recente Estatuto da Igualdade Racial (lei 12288/10), destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, por meio da adoção de medidas, programas e políticas de ação afirmativa que visem a proteção aos direitos fundamentais, tais como saúde, educação, moradia e trabalho, entre outros.

Em seu artigo 39, o estatuto estabelece que “o poder público promoverá ações que assegurem a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho para a população negra, inclusive mediante a implementação de medidas, visando a promoção da igualdade nas contratações do setor público”, mas não define o tipo de ação a ser adotada. Ou seja, não estabelece cotas.

Esse detalhamento ficará a cargo de legislação específica e seus regulamentos. O Ministério das Relações Exteriores, por exemplo, definiu reserva de vagas para negros em uma das fases do atual concurso para diplomata. Conforme o edital, os candidatos afrodescendentes deveriam declarar, em campo apropriado, essa condição. Na seleção para a segunda fase do certame, os não eliminados conforme critérios estabelecidos para a primeira prova serão ordenados de acordo com a nota final na prova objetiva. Haverá três listas de convocados à segunda fase: 300 candidatos na listagem geral, 20 na dos portadores de deficiência e 30 na listagem dos que se declararam afrodescendentes.

Mesmo antes da edição do Estatuto da Igualdade Racial, estados como Paraná (lei 14.274/03) e Mato Grosso do Sul (lei 3594/08) já adotavam providência similar, reservando também 10% das vagas oferecidas nos concursos públicos aos negros.

Os municípios de Colombo (por meio da lei Nº 1005/2007), no PR, e de Vitória (lei 6225/2004), no ES, também estabeleceram reserva de cotas para afrodescendentes. Em Londrina (PR), está em tramitação o projeto de lei 78/2011, que prevê reserva de 10% das vagas dos concursos públicos do município a negros ou pardos.

Governo de MS garante 3% de vagas para índios em concursos públicos estaduais (Foto: Edemir Rodrigues/Divulgação governo de MS)
Índios
O Mato Grosso do Sul incluiu reserva de vagas também para indígenas. A lei 3.939/10, regulamentada pelo decreto 13.141/11, determina reserva de cota mínima de 10% para negros e de 3% para índios das vagas oferecidas em todos os concursos para provimento de cargos públicos nos quadros de carreira.

No âmbito federal, no ano passado, havia sido aprovado na comissão de assuntos sociais do Senado um projeto que estabeleceria reserva de vagas para índios em concursos públicos. A cota obedeceria ao percentual de indígenas na região e a reserva, se confirmada, teria validade de 20 anos. O projeto (PLS 155/2000) alterava o Estatuto do Índio e seguiria para exame da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde receberia decisão terminativa. Entretanto, ele acabou sendo definitivamente arquivado (veja detalhes) neste ano por estar tramitando desde o ano 2000 sem conclusão –seguindo uma regra do regimento interno do Senado.

Quem entra na cota
No caso de concursos que reservam cotas raciais, serão considerados negros e indígenas os candidatos que assim se declararem no momento da inscrição. A informação será posteriormente verificada, com base em critérios estabelecidos na lei que houver instituído a reserva de vagas e em seu regulamento.

Em MS, por exemplo, a declaração do candidato será avaliada por uma comissão, que decidirá pela aceitação ou não da mesma. Aqueles declarados negros serão analisados conforme seu fenótipo e os declarados como indígenas, a partir da verificação da certidão administrativa emitida pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Se constatada a falsidade na declaração, o infrator estará sujeito às penas da lei e à exclusão do concurso; ou à demissão, se já tiver sido nomeado.

* Lia Salgado, colunista do G1, é fiscal de rendas do município do Rio de Janeiro, consultora em concursos públicos e autora do livro “Como vencer a maratona dos concursos públicos”

sexta-feira, 6 de maio de 2011

UMA RESPOSTA AO PRECONCEITO E A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ACRE

Marileide Serafim diz que acreditar na família não é ser preconceituoso

Deputada, Vossa Excelência como parlamentar que foi eleita pelo povo não falou em seus pronunciamentos de campanha que queria só o voto dos que comungam com a sua religião e em nenhum momento disse também que votos de cidadãos de outra Religião não valeriam para elegê-la.
Isto posto, peço com todo amor que vossa excelência trouxe em sua palavras QUANDO PEDIU AOS JORNALISTAS PARA ESCREVEREM COM DEUS NO CORAÇÃO, e em nome de OXALÁ que é o ORIXÁ maior da minha RELIGIÃO, que Vossa Excelência respeite as religiões que não são fundamentadas pelo dogma da sua Religião, respeite o ser humano que de acordo com as pregações realizadas pelo mandatário maior de seus princípios religiosos, aquele a quem vocês chamam de Jesus pregou, "amai-vos uns aos outros como eu vos amei".
Vossa excelência esta esquecendo que esse País é LAICO e tem uma Constituição Federal que o rege, e essa constituição da o direito ao povo seguir a religião que quiser e bem entender, sem ser perseguido ou humilhado por pessoas como Vossa excelência. Estamos em um mundo diferente desse que Vossa excelência vive, no mundo de hoje a concepção de família é outra, e isto devido a conseqüências causadas por pessoas de pensamento mesquinho e preconceituoso como o de vossa excelência.
Vossa excelência está ai para defender o direito do povo, do cidadão seja ele de qual religião for, seja ele de qual entendimento sexual for, seja ele de qual partido político for, em fim, basta ele ser um cidadão vossa excelência tem o dever e a obrigação de defender os seus direitos. Legislar é isso e não defender a suas convicções e praticas condenando as demais, a bíblia é uma concepção cristã e não serve para balizar ou reger uma Cidade, Estado ou Nação.
Se a Bíblia serve para que seus mais internos preconceitos sejam externados através de um entendimento errôneo e singular como o de vossa excelência, ela não serve para as pessoas que não tem nenhum tipo de afinidade com os seus princípios religiosos. RESPEITO É BOM E CABE EM TODO LUGAR, o que Vossa excelência fez foi externar o seu preconceito e a sua intolerância religiosa se amparando na sua imunidade parlamentar, porem, a lei serve para todos e vossa excelência não está acima dela.
É através de intolerâncias como a sua que o mundo observa tantas atrocidades, é por atos igual ao seu que pessoas simples são levadas a cometerem crimes, então espero que Vossa excelência repense suas atitudes como parlamentar eleita pelo povo CRISTÃO E NÃO CRISTÃO e comece a exercer o seu papel na sociedade que é o de defender os direitos do cidadão. AXÉ E QUE OXALA E TODOS OS ORIXAS LHE ILUMINE E LHE DE PAZ, SAUDE, HARMONIA, TRANQUILIDADE E ENTENDIMENTO.

Eudmar Bastos – Militante do Movimento Negro do Acre, Ogãn da Nação de Graduando de História pela UFAC.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

STF reconhece união homoafetiva por unanimidade

BRASÍLIA - Os casais homossexuais têm os mesmos direitos e deveres que a legislação brasileira já estabelece para os casais heterossexuais. A partir da decisão de hoje do Supremo Tribunal Federal (STF), o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo será permitido e as uniões homoafetivas passam a ser tratadas como um novo tipo de família.

O julgamento do Supremo, que aprovou por unanimidade o reconhecimento legal da união homoafetiva, torna praticamente automáticos os direitos que hoje são obtidos com dificuldades na Justiça e põe fim à discriminação legal dos homossexuais. 'O reconhecimento, portanto, pelo tribunal, hoje, desses direitos, responde a um grupo de pessoas que durante longo tempo foram humilhadas, cujos direitos foram ignorados, cuja dignidade foi ofendida, cuja identidade foi denegada e cuja liberdade foi oprimida', afirmou a ministra Ellen Gracie.

Pela decisão do Supremo, os homossexuais passam a ter reconhecido o direito de receber pensão alimentícia, ter acesso à herança de seu companheiro em caso de morte, podem ser incluídos como dependentes nos planos de saúde, poderão adotar filhos e registrá-los em seus nomes, dentre outros direitos.

As uniões homoafetivas serão colocadas com a decisão do tribunal ao lado dos três tipos de família já reconhecidos pela Constituição: a família convencional formada com o casamento, a família decorrente da união estável e a família formada, por exemplo, pela mãe solteira e seus filhos. E como entidade familiar, as uniões de pessoas do mesmo sexo passam a merecer a mesma proteção do Estado.

Facilidade. A decisão do STF deve simplificar a extensão desses direitos. Por ser uma decisão em duas ações diretas de inconstitucionalidade - uma de autoria do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e outra pela vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat -, o entendimento do STF deve ser seguido por todos os tribunais do país.

Os casais homossexuais estarão submetidos às mesmas obrigações e cautelas impostas para os casais heterossexuais. Por exemplo: para ter direito à pensão por morte, terá de comprovar que mantinha com o companheiro que morreu uma união em regime estável.

Pela legislação atual e por decisões de alguns tribunais, as uniões de pessoas de mesmo sexo eram tratadas como uma sociedade de fato, como se fosse um negócio. Assim, em caso de separação, não havia direito a pensão, por exemplo. E a partilha de bens era feita medindo-se o esforço de cada um para a formação do patrimônio adquirido.

ESTUDANTES E PROFESSORES DE MATEMATICA

UMA BOA IDÉIA A SER COPIADA E REARRANJADA DE ACORDO COM NOSSAS ESPECIFICIDADES. FICA AI A CONTRIBUIÇÃO DO BLOG COM MAIS ESSA PESQUISA. AXÉ

AFRICANAS AS PRIMEIRAS MATEMÁTICAS – ISHANGO A MENSTRUAÇÃO E A MATEMÁTICA


Por Walter Passos. Teólogo, Historiador, Pan-africanista, Afrocentrista e Presidente CNNC – Conselho Nacional de Negras e Negros Cristãos. Pseudônimo: Kefing Foluke. E-mail: kefingfoluke@hotmail.com

É possível ministrar conhecimentos e realizar descobertas em salas de aula, simpósios, congressos, encontros de militantes pretos (as) sobre os saberes africanos e afro-diásporicos. Com base nesta constatação o CNNC\Ba realizará nos dias 19 e 20 de abril o seu Iº Curso de Formação sobre Afrocentrismo, Panafricanismo e Cristianismo de Matriz Africana. O público alvo deste curso se limitará aos militantes do CNNC. Apesar dos apelos de simpatizantes da comunidade externa, não será permitido o acesso ao curso formativo por parte deste coletivo. Posteriormente informações serão repassadas aos interessados (as).
O Curso de formação será ministrado pelos Afrocentristas e Panafricanistas: Prof. Ademario Cardoso de Brito, Bel. José Raimundo e pelo Prof. Walter Passos, professores especialistas do campo do conhecimento em questão.
Os temas do curso se pautarão na doutrina panafricanista e de matriz africana. A todo o momento as mentiras europocêntricas são desmitificadas com as descobertas das civilizações africanas, e atualmente o véu é rasgado e novas luzes surgem sobre os primeiros saberes do planeta no berço de todas as ciências: África. Nos estudos do livro de Levítico é deveras interessante todo o direito normativo que orienta o povo hebreu, especificamente sobre a concepção de proibições às mulheres referentes à menstruação, encontrado no capítulo 15. O sangue menstrual nas sociedades primitivas foi motivo de diversas especulações e rituais que elevaram às mulheres à condição de detentoras do poder mágico do sangue, da maternidade, da perpetuação do grupo clânico, e a serem divinizadas e formarem as primeiras sociedades matriarcais e matrilineares.
A chegada da menstruação em uma das sociedades mais antigas do planeta, os BaMbuti no Congo, é motivo de festa chamada “Elima” onde todos da comunidade participam, porque é a menstruação como "ser abençoado pela Lua"
A necessidade de pensar numericamente fez com que os primeiros agrupamentos humanos do planeta criassem métodos e instrumentos matemáticos, por muito tempo os eurocêntricos forçaram que a ciência matemática surgissem entre os povos europeus, sendo desmascarados a todo o momento com as construções dos egípcios e dos núbios. Assim mesmo, os estudiosos paravam os seus estudos no nordeste da África, na civilização egípcia, bem anterior a civilização grega que teve como base do seu conhecimento filosófico e cientifico os povos africanos.
Quando as novas descobertas arqueológicas provam a todo o momento que bem antes do Egito, civilizações do Centro e Sul da África detinham conhecimentos avançadíssimos, os quais tem deixados os cientistas caucasianos perplexos, se tornam fruto de ignorância para os historiadores desconhecer civilizações primevas e de grande potencial tecnológico e cientifico. Infelizmente, na academia brasileira, os historiadores, e fora delas, os contestadores do saber acadêmico, como alguns militantes pretos, não conhecem a civilização egípcia e nem a núbia, e baseiam seus ensinamentos em algumas regiões que foram mutiladas pelos seqüestradores europeus, como se assim, possam falar da África. O continente-mãe tem que ser estudado com uma concepção abrangente e seguindo não somente a rota escravagista do Atlântico, mas a rota africana em direção a todos os continentes, nas diásporas voluntárias para o povoamento do planeta.
Os saberes africanos assustam os caucasianos e eles escrevem livros que pairam no ridículo ao afirmarem que foram extraterrestres que construíram ou ensinaram as grandes construções africanas. Incrível, a criatividade e devaneios só para negar os saberes das primeiras civilizações.
As primeiras sociedades africanas seguiam o calendário lunar que foi repassado mundialmente através das diásporas voluntárias no povoamento de todos os continentes. A importância da lua e suas fases ainda são observadas em diversas culturas pelas mulheres no que tange ao ciclo menstrual, quando citei acima o livro de Leviticio no capítulo 15- 19-33.
19 Mas a mulher, quando tiver fluxo, e o seu fluxo de sangue estiver na sua carne, estará sete dias na sua separação, e qualquer que a tocar, será imundo até à tarde.
20 E tudo aquilo sobre o que ela se deitar durante a sua separação, será imundo; e tudo sobre o que se assentar, será imundo.
21 E qualquer que tocar na sua cama, lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imundo até à tarde.
22 E qualquer que tocar alguma coisa, sobre o que ela se tiver assentado, lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imundo até à tarde.
23 Se também tocar alguma coisa que estiver sobre a cama ou sobre aquilo em que ela se assentou, será imundo até à tarde.
24 E se, com efeito, qualquer homem se deitar com ela, e a sua imundícia estiver sobre ele, imundo será por sete dias; também toda a cama, sobre que se deitar, será imunda.
25 Também a mulher, quando tiver o fluxo do seu sangue, por muitos dias fora do tempo da sua separação, ou quando tiver fluxo de sangue por mais tempo do que a sua separação, todos os dias do fluxo da sua imundícia será imunda, como nos dias da sua separação.
26 Toda a cama, sobre que se deitar todos os dias do seu fluxo, ser-lhe-á como a cama da sua separação; e toda a coisa, sobre que se assentar, será imunda, conforme a imundícia da sua separação.
27 E qualquer que a tocar será imundo; portanto lavará as suas vestes, e se banhará com água, e será imundo até à tarde.
28 Porém quando for limpa do seu fluxo, então se contarão sete dias, e depois será limpa.
29 E ao oitavo dia tomará duas rolas, ou dois pombinhos, e os trará ao sacerdote, à porta da tenda da congregação.
30 Então o sacerdote oferecerá um para expiação do pecado, e o outro para holocausto; e o sacerdote fará por ela expiação do fluxo da sua imundícia perante o SENHOR.
31 Assim separareis os filhos de Israel das suas imundícias, para que não morram nas suas imundícias, contaminando o meu tabernáculo, que está no meio deles.
32 Esta é a lei daquele que tem o fluxo, e daquele de quem sai o sêmem da cópula, e que fica por eles imundo;
33 Como também da mulher enferma na sua separação, e daquele que padece do seu fluxo, seja homem ou mulher, e do homem que se deita com mulher imunda.
Podemos observar uma seqüência de abstinência sexual e de práticas rituais dirigidas por homens, os sacerdotes, em ofertas de holocausto em sentido purificatório, mostrando uma mudança do que era considerado puro se transformando em imundo na sociedade patriarcal dos hebreus.
Ao longo dos milênios, as mulheres têm desaprendido a arte de menstruar, de fluir com a vida. Nas sociedades tribais, a menarca, o início do fluir do sangue, era celebrada com um rito de passagem, auxiliando a menina a realizar sua entrada para o reino do mana: o poder sagrado transmitido pelo sangue e que tanto podia dar como tirar a vida. Além de apaziguar o poder destruidor, o rito tinha como função auxiliar a menina a entender sua condição física e sua relação com a função procriadora da natureza. Ainda uma criança em espírito e condição social, a partir de suas regras, a jovem deve assumir o comando de sua vida. Sem ritos de passagem, o que temos para oferecer às nossas meninas, que as ajude a transformar e assumir sua nova identidade?
http://www.vadiando.com/textos/archives/000744.html
Ouvia sempre da minha falecida mãe e das “antigas” que não se devia ir ao candomblé mulher menstruada, uma espécie de proibição que na época, ainda criança não me interessava muito, mas sei que há proibições (quizilas) no cozimento de alimentações ritualísticas e oferendas proibitivas a participação de mulheres menstruadas.
A necessidade de numerar e entender a menstruação fez com que fosse criado um instrumento no centro da África entre 25.000 a 20.000 mil anos, denominado de Ishango.


Descoberto no ano de 1950, pelo geólogo belga Jean de Heinzelin e uma equipe de pesquisadores ao realizar escavações no Congo, próximo às margens do lago Rutanzige (antigo lago Alberto), quando procuravam uma grande civilização pré-histórica nessa região vulcânica,
o geólogo encontrou esse precioso objeto de 10 cm de comprimento, ornado com um cristal de quartzo em uma extremidade e que trazia três séries de entalhe agrupados. O cristal de quartzo que não pode ser separado do instrumento comprova que era usado para a gravação, em culturas que se acreditavam não ter o conhecimento da escrita.
O que chamou a atenção dos estudiosos foram à datação, o ineditismo e o uso matemático do instrumento.
Conforme Dirk huylebrouck: “O BASTÃO COMPORTA uma primeira coluna de entalhes unidas em pequenos grupos: de 3 a 6 entalhes; 4 e 8; 10; 5; e, finalmente, 7 entalhes. Duas outras colunas são constituídas por grupos de 11, 21, 19, 9 e 11, 13,17 e 19 entalhes.
Heinzelin via nesses entalhes um jogo aritmético: uma operação de duplicação dos números aproximada na primeira coluna, seguida do “ritmo” de 10=1, 20=1, 20-1, 10-1 e, na seguinte, os números primos entre 10 e 20. Contestado em 1972 pelo jornalista americano Alexander Marshack que afirmou que o bastão era um calendário lunar, porque a soma de cada uma das duas últimas colunas (11, 21, 19,9e 11, 13, 17,19) o resultado é 60, isto é, dois meses lunares, e a primeira coluna totaliza 48 traços, ou um mês e meio lunar. O que deixou os estudiosos caucasianos perplexos foi que o bastão de Ishango é uma prova inconteste que os africanos já realizavam cálculos matemáticos 15 mil anos antes dos egípcios e 18 mil anos antes do surgimento da matemática na Grécia.


Coluna esquerda




Coluna do centro




Coluna direita

Na antigüidade o ciclo menstrual da mulher seguia as fases da lua com tanta precisão que a gestação era contada pelas luas. Com o passar dos tempos, a mulher foi se distanciando dessa sintonia e perdendo, assim, o contato com seus próprios ritmos e seu corpo, fato que teve como conseqüências vários desequilíbrios hormonais emocionais e psíquicos.
http://mulheresedeusas.blogspot.com/2008/01/lua-vermelha-da-menstruao-na-antigidade.html
Nos estudos da etnomatematica, observa-se que as primeiras comunidades tiveram a necessidade transcedental, criativa, objetivando a sobrevivência e a prosperidade grupal e o Ishango foi um instrumento que as mulheres africanas criaram através da observação da sua sexualidade e o calendário lunar adquirindo o conhecimento matemático para gerir e acompanhar os ciclos menstruais. Assim, o calendário lunar, não teria sido apenas métodos de conservação de tempo, mas também reflexiva da ressonância entre as fases da lua e do sagrado ciclos menstruais das mulheres.
Leia mais: http://paje.fe.usp.br/~etnomat/anais/CO01.html

As mulheres africanas e suas descendentes são o fruto da criação original de Javé, detentoras de conhecimentos milenares e de saberes equilibrados, possuindo a nobre missão de resgatar e manter através dos conhecimentos uma sociedade igualitária, onde a opressão do gênero masculino sobre o feminino,seja a cada dia questionado; e através do afrocentrismo e panafricanismo um sonho de perfazermos uma sociedade sem opressores e oprimidas.

Postado por CNNC/BA
1 Comentários:

Farao disse...
Genial ,nossa fico muito feliz de ver a mulher negra onde ela deveria sempre esta como o centro de tudo como nossa mãe Eva , mas o que fico pensando porque muitos Homems negros ainda não valorizam a mulher negra! Mas quando tinvermos nas salas de aula o Afrocentrismo muita coisa vai mudar , outro dia mesmo fiquei sabendo que a Rede Globo reclamou com MEC ,que não queria que os livros de Anta Cheikh Diop chegase nas escolas por que ver os Egipcios como negros seria como falar que os negros e que encinaram os (Helenos)indo Europeu que invadiram creta e encinaram todos seus conhecimentos. fora que toda mitologia grega na verdade era do povo minoico que vivia lá em creta muito antes de qualquer indo Europeu chegase lá com Zeus na cabeça , e que eram do fenotipo melanodermes ou em outras palavras NEGROS ,Ha ! mais cedo ou mais tarde nós todos juntos recuperaremos nossa Historia ,e teremos negros que se orgulharam de ser negro e com a alto estima elevada (que pra mim particulamente e o segredo) ,ai sim estaremos todos juntos !e eu duvido que as coisas vão continuar do jeito que estão valeu !