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Dia da Consciência Negra é celebrado na Rua da África
A 9ª edição da Semana da Consciência Negra realizou no início da noite de quarta-feira, 20 de novembro, Kizomba “a festa da raça” em celebração ao dia consciência negra. O evento aconteceu na Rua da África, com atividades diversas como exposições, comidas típicas, artesanato e apresentações culturais do Grupo Que coisa é essa? , Tambores da Indústria, Tambô de Fulô, Korin-abê, Mocambo Hip Hop, Bloco Seis é Demais e o Clube do Samba.
Com o apoio do governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) em parceria com a Secretaria Municipal Adjunta de Promoção da Igualdade Racial (Seadpir) e ativista do movimento negro, o ato alcançou a sua 9ª edição, que acontece desde 2005, onde a sociedade civil e as intuições governamentais fortalecem as ações em prol da comunidade negra.
O titular da Sejudh, Nilson Mourão, declara que o país precisa permanentemente trabalhar a memória da dívida que temos com a com população negra, que tanto contribuiu na construção da nossa história. “Trabalhar para construir uma sociedade igualitária, sem racismo é o mínimo que podemos contribuir para reconhecer a força da nossa comunidade negra” afirma.
Lúcia Ribeiro, gestora da Seadpir, relembra o ideal de Zumbi dos Palmares, de obter igualdade, o respeito e liberdade para a população negra, porém a luta de Zumbi ainda continua, e a união do estado e da comunidade é o mecanismo fundamental para esta transformação.
“A luta por igualdade racial é constante, cheia de desafios, porém temos que registrar os avanços que aconteceram no nosso estado, como a criação de organismos governamentais, como a Sejudh e a Seadpir, conselhos municipais que tanto contribuem para fortalecimento do movimento negro” avalia.
O vice-prefeito de Rio Branco Márcio Batista explica que a criação da Seadpir é o reconhecimento do executivo municipal de que o preconceito existe e que precisa ser tratado através de políticas públicas que promovam a garantia de diretos para os negros da capital.
Marlúcia Cândida, primeira-dama do Estado afirma que o 20 de novembro fortalece a união dos povos, rompendo todas as barreiras do preconceito. “Nós somos um povo único, formado por brancos, negros, imigrantes e índios, e precisamos celebrar a nossa história a nossa cultura” fala.
Cultura
Com uma contribuição cultural da população negra para a formação da cultura acreana, através da música, dança, culinária, esporte e outras representações, o diretor-Presidente da Fundação Municipal de Cultura Garabaldi Brasil (FGB), Rodrigo Forneck relata o compromisso da Prefeitura de Rio Branco no apoio ao movimento cultural negro.
“A cultura Afro compõe fortemente as expressões culturais realizadas em Rio Branco, e renegar o valor e a dimensão cultural que compõe o dia da Consciência Negra seria um erro” comenta Forneck.
Para o músico Anderson Martins, componente do Clube do Samba do Acre, participar da “festa da raça”, traz um sentimento de pertencimento e de orgulho para os artistas produzirem o samba, uma expressão genuinamente negra e brasileira.
Religião
Uma marca da influência negra em nossa história está na religiosidade que os negros africanos trouxeram para a nossa realidade, apesar de toda a intolerância alimentada pelo preconceito e desconhecimento de suas origens e simbologia.
Eudmar Bastos, membro do Candomblé, Nação de Angola, explica que uma das formas mais fortes de resistência do povo negro à escravidão, foi através da sua religiosidade que tanto marca a raiz de sua identidade.
Movimento Sindical
A professora Almerinda Cunha, do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Acre (Sinteac) relata a contribuição dos sindicados do Acre para a discussão de gênero e raça para os seus associados.
“O movimento sindical lutou muito para que as políticas de igualdade social fossem discutidas no Acre, hoje tenho orgulho de ver as entidades e instituições discutindo uma bandeira de luta que vem das bases sociais” comenta.
Movimento Indígena
Ninawa Huni Kui , presidente da federação do povo Huni Kui do Acre aborda que a população negra quando chega em nosso país, a população indígena foi a única que recebeu o povo negro sem exploração e violência, convivendo com um troca de experiências e conhecimento.
“ O indígena foi quem ensinou o negro a conviver dentro da floresta, e neste exemplo histórico que o movimento indígena anda ombro a ombro na luta com o movimento negro, mesmo cada um tendo suas especificidades” comenta.
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