terça-feira, 23 de novembro de 2010

CONHECIMENTO, AMOR E RESPEITO AOS ATABAQUES

Em Umbanda e Candomblé, faz-se necessário ter presente o atabaque, um instrumento lendário e de origem africana. Esse instrumento de percussão dá ritmo aos cultos e maior energia aos trabalhos. O toque, mantém a energia espiritual da corrente dificultando, a entrada e permanência de maus espíritos e escoa carga negativa.
Após feita sua consagração, o atabaque torna-se um instrumento Sagrado. Adquirindo uma força poderosíssima. Para conhecimento um pouco mais sobre o atabaque e seus fundamentos e respeito trago um breve relato de suas origens. Algumas de tantas informações interessantes, relacionado aos atabaques dos cultos afros religiosos.
História:
Com a vinda dos escravos africanos, para o Brasil vieram também os atabaques que são usados nos rituais afro-brasileiro, típico da religião do Candomblé e de Umbanda. De uso tradicional na música, ritual e religiosa, empregada para invocar os Orixás. No ritual do Candomblé e Umbanda o som dos atabaques é a primeira relação com o mundo dos Orixás, desde a antiguidade.
O som dos atabaques abre os canais de comunicação que facilitam os trabalhos. Além de conduzir o axé do orixá, organiza as pessoas nesta sinfonia africana sem letras ou partituras. Em um ritual nota-se os movimentos mais primitivos. O Atabaque é o principal instrumento de música Religiosa, cuja responsabilidade é totalmente dos Ogãs. De origem africana, usada principalmente nos rituais, litúrgicos do Candomblé e da Umbanda.
De uso tradicional na música religiosa, são utilizados para evocar os Orixás e as Entidades de Umbanda. Os atabaques são objetos sagrados e anualmente se renova seu Axé.
Os atabaques não saem a rua, estes são preparados exclusivamente para fins dos rituais litúrgicos da casa. As membranas dos atabaques são feitas com os couros dos animais e oferecidos aos Orixás.
Quando são comprados: O couro precisa de cuidados, passar óleo de dendê e deixar no sol para que ele Fique mais esticado e possa produzir um som melhor. Só depois de passar pelos rituais da casa é que poderão ser usados.
O Atabaque maior leva o nome de Rum (grave), o segundo que e menor tem o nome de Rumpi (médio) e o menorzinho (agudo) tem o nome de Le.
Os atabaques quando não estão em uso, ficarem sempre cobertos com seus respectivos panos. Só podem ser tocados pelo Alagbê (nação Ketu), Xicarangoma (nações Angola e Congo) e Runtó (nação Jeje) estes são consagrados e responsáveis pelo Rum (o atabaque maior), e pelos Ogãs nos atabaques menores sob o seu comando.
O Alagbê que começa o toque, e é através do seu desempenho no Rum que o Orixá vai executar a sua dança, sempre acompanhando do Rum. O Rum é que comanda o Rumpi e o Le.
O Agogô, tocado no Candomblé, e de tradição Alaketo, chama-se Gan. As Varetas usadas nos atabaques chamam-se Aguidavis. Utiliza-se ainda o Xequerê.
Outros tipos de toques:
NOTA: Existem outros tipos de toques, Angola que se toca com mão e Ketu que se toca com a varinha. Na Angola existem vários tipos de toques, onde cada toque é destinado a um Orixá, por exemplo, Congo de Ouro, Angola que seria destinado a Oxossi, Ygexá que seria destinado a Oxum, etc. O mesmo acontece com Ketu, que se toca com varinha de goiabeira ou bambu, chamada aguidavis.
“Os tambores começaram a aparecer nas escavações arqueológicas do período neolítico. O tambor mais antigo foi encontrado em uma escavação de 6.000 anos a.C. Os primeiros tambores provavelmente consistiam em um pedaço de tronco de árvore oco. Estes troncos eram cobertos nas bordas com peles de alguns répteis, e eram percutidos com as mãos, depois foram usadas peles mais resistente e apareceram as primeiras baquetas. O tambor com duas peles veio mais tarde, assim como a variedade de tamanho” Segundo a Wikipédia.
ORIXA NA NAÇAO KETU: Nomes dos Toques. (Breve relato)
ADABI - Bater para nascer é seu significado. Ritmo sincopado dedicado a Exú;
ADARRUM: - Ritmo invocatório de todos os Orixás. Forte e contínuo marcado tambem junto ao agogo, bem rápido, podendo ser acompanhado de canto. Especialmente para Ogum;
AGUERE: - Em Yorubá quer dizer “lentidão”. Ritmo cadencioso para Oxossi quando mais rápido para Iansã. Quando tocado para Iansã é chamado de “quebra-pratos”;
ALUJÁ : - Significa orifício ou perfuração. Toque veloz com características guerreiras. Se dedica a Xangô;
BRAVUM: - Ritmo marcado por golpes fortes do Run. É dedicado Oxumarê;
HUNTÓ ou RUNTÓ: - Ritmo de origem Fon tocado para Oxumarê. Podendo ser executado com cânticos para Obaluaiê e Xangô;
IGBIN: – Quer dizer Caracol. Execução lenta com batidas fortes. É dedicada a Oxalufã;
IJESA: - O ritmo cadenciado tocado somente com as mãos é dedicado a Oxum quando também sua execução é só instrumental;
ILU: – No idioma Yorubá, significa. Atabaque ou tambor;
BATA: - Batá traduz tambor para culto de Egun e Xangô. Ritmo cadenciado especialmente para Xangô.Tocado com as mãos. Podendo também ser tocado para outros Orixás;
KORIN- EWE: - O seu significado: “Canção das Folhas”. Originário de Irawo, cidade onde é cultuado Ossain na Nigéria;
OGUELE: - Ritmo conferido a Obá. Se executado com cânticos para Ewá;
OPANIJE: - Significa “o que mata e come” Dedicado a Obaluaiê, Onile e Xapanã. Movimento lento marcado por batidas fortes do Run;
SATÓ: – Significa a manifestaçao de algo sagrado. A sua execução com um andamento mais rápido e marcado pelas batidas do Run. Oferecido a Oxumarê ou Nanã;
TONIBOBÉ: - seu significado: Pedir e adorar com justiça. Tocado para Xangô.
Axé! Que todos possam sentir na Umbanda e Candomblé uma religião digna de bons ritmos, Vibração e harmonia. E fica aqui meu respeito aos verdadeiros Ogãs, e meu respeito ao atabaque.
Neuza da Oyà

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