terça-feira, 23 de novembro de 2010

NAÇÕES DO CANDOMBLÉ

A palavra nação no candomblé é usada para distinguir seus seguimentos, diferenciados pelo dialeto utilizado nos rituais, o toque dos atabaques, a liturgia. A nação também indica a procedência dos escravos que lhe deram origem na nova terra e das divindades por eles cultuadas.

As civilizações sudanesas, por exemplo, são representadas pelo grupo iorubá, também conhecido como nagô, por sua vez representado pelas nações:
Ketu, Efan, Ijexá, Nagô Egbá, Batuque do Rio Grande do Sul, Xambá de Pernambuco O grupo dos daomeanos é representado pelas nações jejes:
Fon, Éwe, Mina, Fanti Ashanti e outros menores como Krumans, Agni, Nzema, Timini.
      
As civilizações islamizadas são representadas por Fulas (peuhls), Mandingas, Haúça e, em menor número, Tapa, Bornu, Gurunsi ou Grunci.
 As civilizações bantos do grupo angola-congolês são representadas pelas ambundas de Angola (cassanges, bangalas, in-bangalas, dembos), os congos ou cabindas do estuário do Zaira e os benguelas com diversas tribos escravizadas.

 As civilizações bantus da Contra-Costa são representadas pelos moçambiques (macuas e angicos), tendo sido o grupo Bantu reduzido às nações:
Angola ,Congo,Cabinda.
No começo do período escravagista, todos os escravos vindos da África eram chamados de negros de Guiné, pois no século XVI a Guiné se estendia de Senegal a Orange. Esses guinés deveriam ser autênticos bantus.

A escravidão dividiu as sociedades africanas em todos os sentidos. O africano, com o fim das linhagens, dos clãs, das aldeias, da realeza, se apegou ainda mais aos seus deuses e ritos, uma vez que foi a única coisa que restou de suas regiões de origem.

Nações
Os negros escravizados no Brasil pertenciam a diversos grupos étconicos, incluindo os yorubas, os ewe, os fons, e os bantus. Como a religião se tornou semi-independente em regiões diferentes do país, entre grupos étnicos diferentes, evoluíram diversas "divisões" ou nações, que se distinguem entre si principalmente pelo conjunto de divindades veneradas, o atabaque (música) e a língua sagrada usada nos rituais.

A lista seguinte é uma classificação pouco rigorosa das principais nações e sub-nações, de suas regiões de origem, e de suas línguas sagradas:
Nagô ou Iorubá
Ketu ou Queto (Bahia) e quase todos os estados - Língua Yoruba (Iorubá ou Nagô em Português) Efan na Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo.
Ijexá principalmente na Bahia.
Nagô Egbá ou Sangô do Nordeste no Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro e São Paulo.
Mina-nagô ou Tambor de Mina no Maranhão.
Xambá em Alagoas e Pernambuco (quase extinto).
Bantu, Angola e Congo (Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul), mistura de Bantu, Quicongo e Quimbundo línguas.

Candomblé de Caboclo (entidades nativas índios).
Jeje A palavra Jeje vem do yorubá adjeje que significa estrangeiro, forasteiro. Nunca existiu nenhuma nação Jeje na África. O que é chamado de nação Jeje é o candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Dahomey e pelos povos mahins.

Jeje era o nome dado de forma pejorativa pelos yorubás para as pessoas que habitavam o leste, porque os mahins eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou Savalu eram povos do lado sul.

O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de "Savé" que era o lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de Savé (tendo neste caso a ver com os povos fons).

O Abomei ficava no oeste, enquanto Ashantis era a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos Jeje, (Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo) - língua ewe e língua fon (Jeje).

 Jeje Mina língua mina São Luiz do Maranhão os escravos guardaram em sua memória os movimentos de dança, os toques dos atabaques, a comida ritual, as rezas e cânticos, na nova terra chamados de Cantiga no candomblé e pontos cantados na Umbanda.

 O silêncio, o segredo (calundus)e o isolamento armado em quilombos e mocambos são formas de resistência e esperança de reconstituir na nova terra seus ritos, costumes e hierarquia.

 A resistência dos negros ao regime de subordinação ou exploração do qual foram vítimas encontra portas abertas na religião, nos quilombos, confrarias e santidades, locais de reuniões assim chamados antes de receberem o nome de candomblés que também foram usados como esconderijo.

Marta do Sangò
Fonte: Wikipédia

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